De estados norte-americanos à gigante varejista
Walmart, governos e negócios prometeram proteger terras naturais que ajudam a
frear o aquecimento global em uma cúpula climática internacional.
Ecossistemas importantes, como o cerrado brasileiro e
a floresta tropical de Bornéu, na Malásia, também receberam um incentivo graças
a doadores que destinaram novas somas para sua conservação.
O abate de árvores para lavouras ou para o uso da
madeira e outras apropriações de terra para a produção de alimentos e a
silvicultura contribuem com cerca de um quarto das emissões causadoras da
mudança climática global a cada ano.
Mas os esforços de preservação de turfas, florestas,
mangues e outras formas de vegetação só recebem 3 por cento do financiamento
climático global, de acordo com a entidade conservacionista WWF.
"O solo emergiu como um tópico prioritário",
disse o chefe climático da WWF, Manuel Pulgar-Vidal, ex-ministro do Meio
Ambiente peruano, à Thomson Reuters Foundation.
Na Cúpula Global de Ação Climática, 17 estados
norte-americanos se comprometeram a medir a capacidade de armazenagem de
carbono de suas florestas e incorporar a conservação do solo a seus planos de
redução dos gases de efeito estufa até 2020.
Estados como o Havaí já começaram a restaurar suas
florestas nativas em antigas terras de cultivo para capturar mais carbono, como
a Floresta Pu‘u Mali de 2.225 hectares.
"Temos mais terras agrícolas do que precisamos
para produzir mais da comida que queremos comer", disse o governador
havaiano, David Ige, por telefone de Honolulu.
Outros estados veem a conservação de terras naturais
como algo essencial, mas alertaram para a falta de incentivos financeiros para
desestimular os proprietários de terras a vendê-las para empreendedores
imobiliários.
"A maior ameaça ao meio ambiente do estado de
Washington é a conversão de florestas e terras em uso", disse a comissária
de Terras Públicas de Washington, Hilary Franz, em uma entrevista.
Globalmente, 7,6 milhões de hectares de florestas são
convertidos para a agricultura, animais de criação ou infraestrutura humana
anualmente, disse a WWF.
Hilary também ressaltou a ameaça de incêndios
florestais, que alguns cientistas acreditam estarem se tornando mais frequentes
e intensos devido à mudança climática.
Fonte: Reuters